Taxa Selic e Inflação: O que são e como se relacionam?

taxa selic e inflação influenciando o seu dinheiro

Entender o que é a taxa Selic e a inflação pode parecer um bicho de sete cabeças, mas com uma boa explicação, essas peças-chave da economia brasileira ficam bem mais claras. Neste texto, vou aprofundar nos dois conceitos e mostrar como a taxa Selic e a inflação estão interligadas, impactando desde o valor do seu café até os investimentos na Bolsa. Vamos lá!

O que é a Taxa Selic?

A Selic é uma sigla que vem de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, mas o que importa mesmo é que ela é a taxa básica de juros da economia brasileira. A Selic funciona como uma régua: quando o Banco Central do Brasil (Bacen) precisa controlar a inflação ou estimular a economia, ele ajusta essa taxa. Quem define isso é o Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias para decidir se a Selic vai subir, descer ou ficar igual.

Como a Selic Afeta o Dia a Dia?

Se você está pensando em financiar um carro ou casa, a Selic é decisiva para o valor das parcelas. Isso porque ela influencia as taxas de juros dos empréstimos e financiamentos. Quando a Selic sobe, pegar dinheiro emprestado fica mais caro, o que diminui o consumo. Já quando ela cai, o crédito fica mais barato, incentivando as pessoas a comprarem mais e as empresas a investirem.

Mas não é só isso. Se você investe ou está interessado em começar a investir, também precisa ficar de olho na Selic, pois ela afeta diretamente os rendimentos de produtos como o Tesouro Direto e outros investimentos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

O que é Inflação?

Agora, vamos falar sobre a inflação, que nada mais é do que o aumento contínuo dos preços de produtos e serviços. Imagine que você vai ao supermercado comprar pão, e o preço dele está mais caro do que na semana passada. Isso é inflação. Mas a inflação não afeta apenas o pão: ela pode impactar quase tudo, desde a conta de luz até o preço da gasolina.

No Brasil, a inflação é medida principalmente pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que calcula a variação dos preços de uma cesta de bens e serviços consumidos pelas famílias. Outros índices também podem ser usados, como o IGP-M, mais comum em contratos de aluguel.

Por que a Inflação Acontece?

Existem várias razões para a inflação subir. Uma delas é quando há mais demanda por produtos e serviços do que oferta disponível — nesse caso, os preços sobem porque os consumidores estão dispostos a pagar mais.

Outra causa pode ser o aumento dos custos de produção, como um aumento nos preços das matérias-primas, ou fatores externos, como crises internacionais que encarecem produtos importados, afetando o preço final aqui no Brasil.

Além disso, quando um país fica muito endividado, é bem possível que o seu Banco Central imprima mais dinheiro para suprir essas despesas. E você já sabe né… Com mais dinheiro “surgindo do nada” e circulando, o seu valor cai, fazendo com que ocorra o efeito inflacionário.

A Relação Entre Taxa Selic e Inflação

Agora que você já entendeu o básico de Selic e inflação, vamos ver como elas se relacionam. O Banco Central usa a Selic como uma ferramenta para controlar a inflação. Quando os preços começam a subir demais, o Bacen aumenta a Selic. Com isso, o crédito fica mais caro, as pessoas consomem menos, e isso ajuda a reduzir a pressão sobre os preços.

Por outro lado, se a economia está fraca e a inflação está baixa, o Bacen pode reduzir a Selic para baratear o crédito, estimulando o consumo e o investimento. Isso pode ajudar a aquecer a economia, mas se não for bem controlado, pode gerar inflação.

Uma boa analogia para entender essa relação é imaginar a Selic como um freio de carro: quando a inflação está acelerada demais, o Banco Central pisa no freio (aumenta a Selic) para desacelerar a economia e controlar os preços. Quando a economia está devagar, ele tira o pé do freio (diminui a Selic) para deixar o carro acelerar um pouco mais.

Impacto da Taxa Selic na Economia

Empréstimos e Financiamentos

Se você já tentou pegar um empréstimo ou financiar algo, sabe que a taxa de juros é um dos principais fatores a se considerar. Quando a Selic sobe, os juros dos financiamentos também aumentam, o que pode desestimular o consumo e a tomada de crédito. Ou seja, você pensa duas vezes antes de fazer uma dívida.

Esse ajuste é proposital. Se o Banco Central acha que a inflação está alta, ele quer desestimular as pessoas a gastarem muito dinheiro, porque isso tende a aumentar os preços. Agora, quando a Selic está baixa, o crédito fica mais acessível, incentivando tanto os consumidores quanto as empresas a fazerem mais compras e investimentos.

Rendimento de Investimentos

Para quem investe, a Selic é quase uma bússola. Se você tem dinheiro no Tesouro Selic, por exemplo, que é um dos investimentos mais seguros do país, o seu rendimento é diretamente influenciado pela taxa Selic. Quando a Selic sobe, o rendimento aumenta. Quando ela cai, o rendimento cai junto.

Além disso, a Selic influencia os rendimentos de outros investimentos atrelados ao CDI. Um exemplo prático: produtos como CDBs (Certificados de Depósito Bancário) e LCIs/LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio) costumam ter seus retornos baseados em uma porcentagem do CDI, que segue a Selic de perto.

Selic e o Câmbio

Outra relação interessante é entre a Selic e o valor do dólar. Quando a Selic sobe, o Brasil atrai mais investidores estrangeiros, já que uma Selic alta significa retornos melhores para quem investe aqui. Isso aumenta a demanda por reais, valorizando a moeda e, em muitos casos, fazendo o dólar cair.

Ciclos Econômicos e a Selic

Para entender ainda mais a fundo a relação da Selic com a economia, é importante falar sobre os ciclos econômicos. Quando a economia está em expansão, com muitas pessoas consumindo e a inflação subindo, o Banco Central tende a aumentar a Selic para conter o crescimento e evitar que os preços fiquem descontrolados.

Já em períodos de recessão, quando o consumo cai e o desemprego aumenta, o Banco Central baixa a Selic para estimular a economia. Essas são as chamadas políticas monetárias contracionistas (quando a Selic sobe) e expansionistas (quando a Selic cai).

Eu explico melhor esses conceitos nesse vídeo aqui.

Histórico da Taxa Selic e Inflação no Brasil

No Brasil, a taxa Selic e inflação já passaram por altos e baixos. Nos anos 1980 e 1990, antes do Plano Real, a inflação estava fora de controle, com índices que chegavam a mais de 2.000% ao ano. Foi só depois do Plano Real, em 1994, que o Brasil conseguiu estabilizar a inflação, e a Selic passou a ser usada como ferramenta principal de controle dos preços.

Nos últimos anos, o Brasil tem mantido uma inflação mais controlada, com a Selic sendo ajustada conforme necessário. Em 2020, por exemplo, durante a pandemia de COVID-19, a Selic atingiu sua mínima histórica de 2% ao ano, como forma de estimular a economia em um momento de crise.

gráfico Taxa Selic e Inflação ao longo dos anos
Gráfico Taxa Selic (verde) x Inflação (vermelho) ao longo dos anos
Fonte: https://clubedospoupadores.com/selic/ipca

Desafios Atuais

Atualmente, o Banco Central define uma meta de inflação anual, que precisa ser atingida com o auxílio da Selic. Se a inflação está acima da meta, o Bacen tende a aumentar a Selic para trazer os preços de volta ao controle. Um exemplo recente foi o aumento da Selic em 2021 e 2022, para conter a inflação causada por uma combinação de fatores globais, como a pandemia e a guerra na Ucrânia, que encareceram commodities e pressionaram os preços internos.

Conclusão

A taxa Selic e a inflação podem parecer conceitos complicados, mas estão presentes no nosso cotidiano de maneiras que afetam desde o nosso poder de compra até os rendimentos dos nossos investimentos.

Entender essa relação é essencial para tomar decisões financeiras mais informadas e aproveitar as oportunidades que surgem em momentos de alta ou baixa da taxa Selic. Agora que você já sabe como isso funciona, já está preparado para se planejar melhor e tomar decisões mais conscientes!

Caso queira entender como você pode atingir seu primeiro R$ 1 milhão se aproveitando desses conceitos, dá uma olha nesse texto aqui que eu fiz ou checa o meu vídeo aqui embaixo:

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